Em 2024, milhares de brasileiros notaram uma mudança repentina no sistema Registrato do Banco Central: a aba prejuízo do Registrato foi encerrada.Entretanto essa funcionalidade era muito utilizada por quem queria acompanhar possíveis perdas financeiras, dívidas vencidas ou até mesmo restrições em seu nome.
Mas por que isso aconteceu? Foi erro? Vai voltar? Como acompanhar seus prejuízos agora?
Se você também ficou com dúvidas e quer entender isso de forma clara, direta e sem enrolação, este artigo é para você.
O que é o Registrato do Banco Central?
O Registrato é um sistema gratuito criado pelo Banco Central do Brasil.Contudo Ele reúne informações sobre sua vida financeira, como:
- Contas em bancos e financeiras.
- Cartões de crédito.
- Empréstimos e financiamentos.
- Dívidas vencidas e não pagas.
- Operações de câmbio (compra de dólar, por exemplo).
- E também — até pouco tempo atrás — prejuízos financeiros.
Era um verdadeiro mapa da sua vida financeira. Só que uma das abas mais acessadas, a chamada “Prejuízo”, foi retirada do ar, e isso gerou confusão para muita gente.
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A aba prejuízo do Registrato foi encerrada: o que isso significa na prática?
Logo no início de 2024, ao acessar o Registrato, muitos usuários notaram: a aba “Prejuízo” simplesmente desapareceu. Nenhum aviso prévio, nenhuma explicação clara. Quem já usava essa função com frequência ficou sem chão.
Isso significa que:
- Você não consegue mais ver de forma centralizada quais dívidas foram registradas como “prejuízo” pelas instituições financeiras.
- Bancos e financeiras ainda têm acesso a essas informações por outros meios.
- O cidadão comum perdeu um canal importante de controle e transparência.
Essa aba era usada principalmente para verificar se alguma dívida antiga estava sendo registrada como perda no sistema bancário. Isso era útil para negociar, limpar o nome e até saber se havia fraudes.
Por que o Banco Central removeu essa aba?
O Banco Central não se manifestou diretamente com um comunicado oficial detalhado sobre o encerramento da aba. Porém, fontes do mercado apontam alguns motivos possíveis:
1. Problemas com a interpretação da informação
Muitas pessoas não entendiam direito o que era “prejuízo”. Achavam que a dívida tinha prescrito ou que o nome estava limpo — o que nem sempre era verdade.
O resultado? Muita confusão, gente deixando de pagar dívidas achando que elas tinham sido “perdoadas”.
2. Conflito com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)
Algumas informações que apareciam na aba poderiam ferir os princípios de privacidade estabelecidos pela LGPD, como o uso de dados sensíveis sem o devido consentimento ou sem necessidade real.
3. Reestruturação do sistema Registrato
O Banco Central tem reformulado a forma como apresenta informações ao cidadão. A intenção seria integrar essas informações de prejuízo em outro tipo de relatório ou deixar somente para consulta interna das instituições.
Como saber agora se há prejuízos registrados em seu nome?
Apesar da remoção da aba, a informação sobre prejuízos ainda existe. O que mudou foi o acesso direto pelo Registrato. Veja alternativas para se informar:
1. Consultar os birôs de crédito (SPC, Serasa, Boa Vista)
Essas empresas mostram se existe dívida negativada ou protestos em seu nome.
Mas atenção: nem todo prejuízo registrado aparece como dívida ativa nesses sites. Algumas só constavam no Registrato.
2. Solicitar diretamente aos bancos e financeiras
Você pode enviar um pedido de informações sobre prejuízos diretamente para os bancos com os quais teve relacionamento. Pela LGPD, você tem o direito de saber como seus dados estão sendo usados.
3. Consultar relatórios de crédito completos
Plataformas como a Serasa Premium e a Quod incluem nos relatórios anotações semelhantes às da antiga aba “Prejuízo”.
A aba prejuízo do Registrato vai voltar?
Até o momento, não há confirmação oficial de que a aba voltará. O Banco Central está reformulando os serviços digitais e pode:
- Incorporar a função em outro tipo de relatório.
- Permitir que bancos acessem, mas sem disponibilizar para o público.
- Criar novos filtros e relatórios em conformidade com a LGPD.
Enquanto isso, é preciso recorrer a outras fontes de informação — o que é um retrocesso, na opinião de muitos especialistas.
Por que isso preocupa os consumidores?
A aba de prejuízos dava poder ao cidadão. Era como uma lanterna no escuro da vida financeira. Sem ela, muitas pessoas se sentem perdidas.
Veja exemplos reais:
- João, de 34 anos, tinha uma dívida antiga com um banco, mas achava que estava “limpo”. No Registrato, viu que o banco ainda a registrava como prejuízo.Mesmo assim Com essa informação, ele procurou o banco e conseguiu negociar um bom desconto.
- Ana, aposentada, descobriu pelo Registrato que uma financeira tinha lançado um prejuízo que ela nunca tinha contratado. Foi fraude.Todavia Graças ao sistema, ela conseguiu agir a tempo.
Sem essa aba, esses casos talvez nunca fossem descobertos.
O que podemos fazer diante disso?
Mesmo com o encerramento da aba, há caminhos para continuar se protegendo:
- Monitore seu CPF com frequência. Use ferramentas como Serasa, SPC, Boa Vista e Quod.
- Peça relatórios para seus bancos, especialmente se teve problemas financeiros no passado.
- Exerça seus direitos pela LGPD. Toda empresa é obrigada a te informar como seus dados estão sendo usados.
- Acompanhe atualizações do Banco Central. Mudanças no Registrato podem surgir a qualquer momento.
- Mantenha suas finanças organizadas. Anote dívidas antigas, datas de renegociação, acordos pagos, entre outros.
Considerações finais
Em resumo, A remoção da aba prejuízo do Registrato foi uma perda importante para quem busca transparência e controle sobre sua vida financeira. Ainda que o objetivo tenha sido ajustar o sistema à legislação ou torná-lo mais seguro, faltou comunicação clara e respeito com o cidadão.
Ou seja, Agora, cabe a cada um de nós buscar outras formas de acesso às informações e cobrar mais clareza do Banco Central. Afinal, o direito à informação é nosso.
Resumo dos principais pontos
- O Banco Central removeu a aba “Prejuízo” do Registrato sem aviso prévio.
- O Banco Central não explicou oficialmente os motivos, mas há suspeitas de conflitos com a LGPD e má interpretação dos dados.
- Agora, para acessar essas informações, é preciso consultar birôs de crédito ou pedir diretamente aos bancos.
- A mudança traz riscos, pois reduz a transparência sobre dados financeiros.
- É essencial usar ferramentas alternativas e exercer o direito à informação garantido por lei.
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